O que a busca por profundidade diz sobre o futuro da comunicação digital?
Novos hábitos, novos formatos
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Todo dia, toda hora, em call, no grupo, no Uber. E se tem uma coisa que a gente aprendeu nesses anos é que o problema nunca foi a falta delas, mas sim o que a gente faz depois que elas vêm.
A Toró de Ideias nasce disso: dessa vontade de tirar do papel o que muitas vezes só molha o caderno. Porque sim, tá chovendo ideia boa por aí. Mas transformar em provocação, conversa e ação? É aí que começa o jogo.
Nada como estrear em um novo canal discutindo exatamente isso: será que nós, como sociedade, estamos abrindo espaço para consumir conteúdo de um jeito diferente?
O feed continua sendo uma vitrine importante para marcas e criadores, isso é um fato. Aqui mesmo no dia a dia da Social, são inúmeros os exemplos de clientes que fazem do Instagram uma ferramenta rentável e muito bem sucedida. Mas, o que também vem se tornando fato, é que ele já não é a única plataforma onde a atenção acontece. Em tempos de foco dividido, aos poucos, a lógica do scroll infinito começa a competir com formatos que priorizam pausa, intenção e contexto. A própria tão estudada Geração Z é um exemplo, para alcançá-los foi-se o tempo em que bastava um canal para as marcas.
Sim, a Gen Z ainda está nas redes sociais (e por lá deve permanecer), mas também começa a buscar o oposto do que essas plataformas entregam: menos ruído, mais curadoria. E é aí que entram os formatos longos como newsletters, podcasts, séries, documentários, que têm conquistado um espaço cada vez mais relevante justamente por oferecerem um tal respiro.
O movimento é claro: em vez de competir por milissegundos de atenção num feed, marcas começam se voltar para canais “inesperados” e mais comprometidos com a concentração real. Não é coincidência que marcas como The RealReal tenham lançado newsletters autorais por lá, sem promoções diretas, mas com conteúdo pensado para criar afinidade e aprofundar o relacionamento.
Mas ao contrário do que alguns defendem por aí, essa mudança de comportamento não exige uma escolha radical entre um canal ou outro. Pelo contrário: ela convida as marcas a olharem para a jornada de forma mais ampla. Aquela velha e boa história do multicanal, mas agora com o foco cada vez mais nas pessoas e seus movimentos.
Formatos mais estruturados como newsletters, podcasts e séries editoriais crescem porque entregam algo que o feed, por si só, não consegue sustentar: profundidade. Eles não substituem os conteúdos rápidos, mas funcionam como complemento, abrindo espaço para conversas mais densas, para trocas com mais significado, e ajudam a construir vínculos mais consistentes com a audiência. Quase a promessa de um sonho para quem lidera marcas, não é mesmo?
Falar de atenção hoje é falar de equilíbrio. Nem só volume, nem só frequência. Por isso, quando a pauta é marcas e novos canais, o “estar lá” não basta.
Plataformas como o nosso queridinho Substack, não funcionam com o playbook antigo de alcance e frequência. O que essas comunidades exigem é presença ativa, cuidado contínuo e conteúdo com propósito.
Mas o que isso muda para quem planeja conteúdo?
Não tem jeito, tem que esperar. Não dá mais pra medir tudo com ROI imediato. Marcas que querem gerar valor precisam nutrir relações de longo prazo.
Cansou da palavra autenticidade? Ela esta um pouco saturada, mas criar conteúdo autoral, editorial e relevante é uma vantagem estratégica.
Propriedade > Visibilidade. Ser visto é ótimo, mas plataformas emergentes como Substack e Discord abrem espaço para marcas construírem autoridade.
Começar é fácil, continuar… Curadoria, consistência e escuta passam a ser tão importantes quanto criatividade e formato.
Se timing é tudo, foi com esse olhar, e com vontade de conversar de outro jeito, que a Social Tailors criou a Toró de Ideias. Um canal feito pra quem também sente que algo está mudando na forma como a gente se conecta, consome e compartilha conteúdo. Já avisamos: aqui, a gente não tem todas as respostas, mas tem boas perguntas.
Para se aprofundar:
📩 O e-mail deu realmente a volta por cima?
📝Há quem diga que os textões voltaram.
🎙️ A gente viu no SXSW, mas essa matéria reforça o boom dos podcasts.
🎟️ Falando em SXSW, hoje começa a primeira edição do festival em Londres. Acompanhe aqui.
Por falar em marcas que se arriscam em novos canais, o projeto “Academia dos Criadores” é daqueles que dá um orgulho danado de ter no nosso portfólio. A newsletter criada para o Spotify coloca no ar uma jornada educativa criada para fortalecer quem produz, compartilha e transforma com sua voz. Mais do que ensinar formatos ou táticas, a proposta era abrir espaço para conversas de verdade sobre o que move quem cria: dúvidas, desafios, bastidores e, claro, muita inspiração.
O resultado você pode ver um pouquinho aqui:
😊 O que deixa os adolescentes felizes? – De banho quente a música alta: NYT ouviu jovens sobre pequenos rituais que trazem alegria.
💼 A creator economy segue muito bem, obrigada – Crescimento das vagas para creators mostra que o mercado está cada vez mais profissionalizado.
🧘 TikTok quer te ajudar a dormir – Plataforma testa meditações guiadas e prompts para apoiar a saúde mental dos usuários.
🐶 Influencer de quatro patas – A Asics contratou um cachorro como embaixador, celebrando os pets como motivadores oficiais de movimento.
📵 Viajar sem celular? – Tendência ganha força entre quem busca se reconectar com o presente (e fugir das notificações).